quinta-feira, 3 de maio de 2012

Mudança nas regras da poupança

Olá amigos,

Senti vontade de retornar a escrever para este blog hoje, mais cedo. Então, eis-me aqui...

Olhando a Tribuna do Norte hoje, vi uma reportagem interessante falando sobre a mudança da Poupança. Leia-a aqui. A poupança é o método de "investimento" mais popular no Brasil, apesar de não ser a mais rentável. Então, é mais usada por quê? Algumas razões justificam a preferência nacional, vejamos:

1 - Segurança: Não há oscilações negativas no saldo, teoricamente não há como perder o capital investido.

2 - Simplicidade: Não há a necessidade de cálculos complexos e nem grandes investimentos, é isento de impostos e taxas até o valor de R$ 50.000,00 (a grande maioria não tem um valor como esse para investir), pode ser resgatado em qualquer dia (liquidez), apesar de só render se o capital ficar aplicado 30 dias.

3 - Falta de conhecimento: Evidentemente que aqueles que investem apenas na poupança não conhecem outras opções de investimento. Às vezes até por medo de aplicarem em outra coisa e perderem dinheiro.

A poupança paga um valor baixo, isso não é novidade. O cálculo da rentabilidade é 0,5% a.m. (ao mês) + TR (taxa referencial). Fazendo um levantamento da média mensal de rendimento da poupança de 2009 a 2011 (gosto de diversão nas horas vagas!) cheguei a conclusão de que atualmente ela tem remunerado os seus investidores com 0,57% a.m. (ou seja, de cada R$ 100,00 investidos no mês se recebe R$ 0,57 de juros). Isso independente das oscilações do mercado.

Antes quando os patamares mínimos e máximos eram em muito superiores aos índices da poupança nunca se cogitou a mudança das regras. Entretanto, essa situação mudou. Surgiu uma tendência mundial pela redução dos juros. Aqui no Brasil, em muito se fala da redução da SELIC, aos poucos ela tem caído, e chegado muito próximo da rentabilidade da poupança.

Na reportagem que está linkada a cima fala-se que isso pode comprometer o investimento na bolsa de valores. Essa informação é imprecisa, talvez até inverídica. Uma vez que a Selic não é usada na remuneração dos capitais variáveis, o seu valor é indiferente para a formação do preço das ações da Petrobras ou da Vale do Rio Doce, nem é levada em consideração no cálculo de dividendos, nem isso tem nenhuma ligação com o governo.

A raiz do problema são as contas públicas, a taxa Selic é utilizada em muitos dos papéis da dívida pública. Se a Selic se aproxima muito da poupança, haverá uma grande migração de capitais dos investimentos no Tesouro Nacional para a poupança, já que no primeiro se paga IR e outras taxas de administração dos papéis. Essa mudança quer evitar isso. O ponto principal é criar um método que impeça os dois índices se aproximarem muito. Mas não se engane, isso não vai fazer com que a poupança pague mais, se esse fosse o objetivo a mudança tinha ocorrido em outros tempos.

Até breve!

F.


P.S. Se você deseja ler outros textos como esse, escolha a opção "Inscrever-se por e-mail", sempre que houver uma postagem nova você vai ficar sabendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário