terça-feira, 15 de maio de 2012

Um estudo preliminar sobre “o quinto”



Muito vezes tenho percebido que a questão da fidelidade financeira não tem sido muito levada a sério nos meios religiosos. Na verdade, existe uma tendência nos dias atuais para que nenhum tipo de fidelidade seja seguida não apenas nos círculos seculares (ou mundanos) como também nos religiosos dos vários seguimentos.
Recentemente alguém me fez a seguinte pergunta: “Ao receber meu pagamento fui às compras e o preço foi maior do que o que eu esperava, com isso gastei parte do que ia dedicar a Deus em Dízimos e ofertas e agora?”. Essa é uma questão de que ouço falar muito frequentemente, por isso, resolvi preparar um esse texto falando sobre como a questão da infidelidade financeira era tratada na Bíblia especialmente no Antigo Testamento.
A princípio não me proponho a escrever um trabalho completo sobre a questão. Isso aqui é apenas um esboço para melhoramento futuro.
Uma prática muito comum era que a pessoa que agia equivocadamente com relação a recursos materiais (tanto com Deus, como com o próximo) devolvesse o valor retido indevidamente e acrescentasse a sua quinta parte (20%). Pesquisando no Pentateuco, encontrei 5 passagens que tratam sobre a questão. Vamos a elas:
  1. Lev 5:15, 16:  Se alguém cometer uma transgressão, e pecar por ignorância nas coisas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor, como a sua oferta pela culpa, um carneiro sem defeito, do rebanho, conforme a tua avaliação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para oferta pela culpa. Assim fará restituição pelo pecado que houver cometido na coisa sagrada, e ainda lhe acrescentará a quinta parte, e a dará ao sacerdote; e com o carneiro da oferta pela culpa, o sacerdote fará expiação por ele, e ele será perdoado.
  2. Lev 22:14, 15:  Se alguém por engano comer a coisa sagrada, repô-la-á, acrescida da quinta parte, e a dará ao sacerdote como a coisa sagrada. Assim não profanarão as coisas sagradas dos filhos de Israel, que eles oferecem ao Senhor,
  3. Lev 27:14-16  (ver também 17, 19): Quando alguém santificar a sua casa para ser santa ao Senhor, o sacerdote a avaliará, seja boa ou seja má; como o sacerdote a avaliar, assim será.  Mas, se aquele que a tiver santificado quiser remir a sua casa, então acrescentará a quinta parte do dinheiro sobre a tua avaliação, e terá a casa.
  4. Lev 27:30:  Também todos os dízimos da terra, quer dos cereais, quer do fruto das árvores, pertencem ao Senhor; santos são ao Senhor. Se alguém quiser remir uma parte dos seus dízimos, acrescentar-lhe-á a quinta parte.
  5. Núm 5:5-7: Disse mais o Senhor a Moisés: Dize aos filhos de Israel: Quando homem ou mulher pecar contra o seu próximo, transgredindo os mandamentos do Senhor, e tornando-se assim culpado, confessará o pecado que tiver cometido, e pela sua culpa fará plena restituição, e ainda lhe acrescentará a sua quinta parte; e a dará àquele contra quem se fez culpado.


Como é possível perceber nestes textos, não é limitado apenas ao dízimo. A questão é tida como uma regra geral para a questão da infidelidade financeira. Assim, se eu quiser utilizar o meu dízimo devo restitui-lo e ainda acrescentar a quinta parte do valor, o mesmo se eu usar para mim alguma coisa do templo, alguma coisa que eu tiver dedicado ao Senhor, ou se eu tiver tomado algum bem ou dinheiro do meu próximo. Neste último caso a quinta parte deve ser entregue a vítima.
Nós poderíamos entender que essa atitude resolve a questão. Mas isso não está correto. Nos textos que apresentamos fala-se também de oferecer uma oferta pela culpa em que a pessoa se fez transgressora, isso significa que mesmo restituindo o retido indevidamente a pessoa ainda era culpada pelo pecado que cometeu e precisava de perdão, ela então deveria ofereceu um sacrifício perfeito ao Senhor como símbolo do Messias que futuramente se ofereceria pelos nossos pecados e o “sacerdote faria expiação por ela e ela seria perdoada”.
 Na Nova Aliança esse mesmo princípio permanece, a pessoa culpada deve após restituir o indébito apresentar-se perante o Sacerdote e confessar a sua culpa, pedindo misericórdia por causa do sangue da Oferta. O mais interessante desse ato (na Nova Aliança) é que tanto o Sacerdote como a Oferta se refere a mesma pessoa, o Senhor Jesus Cristo. E assim como disse o texto: “O sacerdote lhe fará expiação e será perdoado!”. Que Deus te abençoe!  

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Mudança nas regras da poupança

Olá amigos,

Senti vontade de retornar a escrever para este blog hoje, mais cedo. Então, eis-me aqui...

Olhando a Tribuna do Norte hoje, vi uma reportagem interessante falando sobre a mudança da Poupança. Leia-a aqui. A poupança é o método de "investimento" mais popular no Brasil, apesar de não ser a mais rentável. Então, é mais usada por quê? Algumas razões justificam a preferência nacional, vejamos:

1 - Segurança: Não há oscilações negativas no saldo, teoricamente não há como perder o capital investido.

2 - Simplicidade: Não há a necessidade de cálculos complexos e nem grandes investimentos, é isento de impostos e taxas até o valor de R$ 50.000,00 (a grande maioria não tem um valor como esse para investir), pode ser resgatado em qualquer dia (liquidez), apesar de só render se o capital ficar aplicado 30 dias.

3 - Falta de conhecimento: Evidentemente que aqueles que investem apenas na poupança não conhecem outras opções de investimento. Às vezes até por medo de aplicarem em outra coisa e perderem dinheiro.

A poupança paga um valor baixo, isso não é novidade. O cálculo da rentabilidade é 0,5% a.m. (ao mês) + TR (taxa referencial). Fazendo um levantamento da média mensal de rendimento da poupança de 2009 a 2011 (gosto de diversão nas horas vagas!) cheguei a conclusão de que atualmente ela tem remunerado os seus investidores com 0,57% a.m. (ou seja, de cada R$ 100,00 investidos no mês se recebe R$ 0,57 de juros). Isso independente das oscilações do mercado.

Antes quando os patamares mínimos e máximos eram em muito superiores aos índices da poupança nunca se cogitou a mudança das regras. Entretanto, essa situação mudou. Surgiu uma tendência mundial pela redução dos juros. Aqui no Brasil, em muito se fala da redução da SELIC, aos poucos ela tem caído, e chegado muito próximo da rentabilidade da poupança.

Na reportagem que está linkada a cima fala-se que isso pode comprometer o investimento na bolsa de valores. Essa informação é imprecisa, talvez até inverídica. Uma vez que a Selic não é usada na remuneração dos capitais variáveis, o seu valor é indiferente para a formação do preço das ações da Petrobras ou da Vale do Rio Doce, nem é levada em consideração no cálculo de dividendos, nem isso tem nenhuma ligação com o governo.

A raiz do problema são as contas públicas, a taxa Selic é utilizada em muitos dos papéis da dívida pública. Se a Selic se aproxima muito da poupança, haverá uma grande migração de capitais dos investimentos no Tesouro Nacional para a poupança, já que no primeiro se paga IR e outras taxas de administração dos papéis. Essa mudança quer evitar isso. O ponto principal é criar um método que impeça os dois índices se aproximarem muito. Mas não se engane, isso não vai fazer com que a poupança pague mais, se esse fosse o objetivo a mudança tinha ocorrido em outros tempos.

Até breve!

F.


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